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Língua Afiada

Ter uma empresa em Portugal #2 – Parceiros

A minha paciência? Morreu!

Hoje é um daqueles dias que me apetece mandar tudo às urtigas, a minha paciência não se encontra em parte incerta ou foi de férias, acho que morreu mesmo, está morta e enterrada e não ressuscitará!

Sinceramente não sei como é que a economia portuguesa conseguirá algum dia florescer com a quantidade de empresas e pessoas incompetentes que nelas trabalham!

 

É impossível prestar um bom serviço quando ninguém nos presta um bom serviço.

Três dias para dar um prazo de entrega? O cliente já desistiu da compra.

Prazos de entrega de dois meses? O cliente já desistiu da compra.

Mudança de gama sem aviso? Mais um cliente que já desistiu da compra.

Recolhas e entregas falhadas? Muitas, clientes a reclamar.

 

Falta de informação, falta de rigor, falta de organização, é uma dificuldade terrífica e extenuante encontrar fornecedores credíveis e fiáveis, encontrar verdadeiros parceiros de negócio é um milagre.

O desgaste, o stress e o trabalho extra causado por estas situações é arrasador de qualquer otimismo, de qualquer empreendedor e de qualquer empresa que queira ser uma referência.

Quando andávamos à procura de fornecedores, nem lhes posso chamar parceiros, percebemos de imediato que grande parte das empresas eram efetivamente mal geridas, sem departamento comercial e sem qualquer estratégia de vendas, estarem impreparadas para um modelo de negócio diferente é normal, não terem solução para um modelo de negócio tradicional é ridículo.

Encontramos diversas empresas muito rogadas, com parâmetros de vendas inconcebíveis para pequenos negócios, nada contra, são estratégias, melhor dar um não redondo do que prestar um mau serviço de vendas, o que não entendemos é que empresas que necessitam de vendas, de exposição e de notoriedade não estarem minimamente interessadas em contribuir para que isso se concretize.

 

A luz ao fundo do túnel foram algumas empresas completamente descomplicadas, com condições comerciais estruturadas, tabelas de preços e respostas atempadas, mas são tão poucas que não são suficientes para a estabilidade do negócio.

Estávamos preparados para encontrar dificuldades, pensávamos nós que o mais difícil seria encontrar clientes, pelos vistos estávamos redondamente enganados o mais difícil é mesmo conseguir produtos para vender.

 

Perseverança e resistência é precisa em doses industriais para não desistir, é preciso muita força para continuar a acreditar num projeto, especialmente quando todos os outros parecem ter perdido a crença.

 

Ter uma empresa em Portugal #1 - Transportes

Os portugueses a sacar dinheiro aos emigrantes

Esta mentalidade mesquinha de querer ganhar tudo de uma vez à custa dos outros é de tão mau tom que dá asco, os estabelecimentos comercias, sejam eles quais forem, são sustentados ao longo do ano pelos portugueses residentes, por que carga de água resolvem subir os preços em Agosto apenas e só porque os emigrantes têm mais disponibilidade financeira? E quem está cá e os sustentou o ano inteiro também paga mais como recompensa por ser cliente fiel?

A peixeira costuma levar 2€ por 20 sardinhas pequenas, hoje levou 2,50€! Mais 0,50 cêntimos porque é Agosto!

 

A subida de preço é generalizada, mas na carne e peixe é descomunal, nem com as promoções os preços são condignos, já não é a primeira vez que noto uma subida de preços nesta altura do ano, mas este ano em particular acho que exageraram, pessoas mais desatentas podem não se aperceber, mas quem tem preços de referência de diversos produtos basta uma passagem pelos supermercados para perceber que os frescos estão todos substancialmente mais caros.

Mais um exemplo costumo comprar costeletas de vitela a 4,99€ ou menos quando estão em promoção, este mês estão à venda em promoção a 6,99€ num conhecidíssimo supermercado.

 

Não tarda nada em Agosto teremos uma tabela de preços de valor acrescentado em tudo, não demorará muito para que cafés e restaurantes sigam esta tendência.

Entendo que estabelecimentos que estejam sujeitos a sazonalidade pratiquem preços mais atrativos nas épocas baixas para captar clientes, mas bens consumíveis ao longo de todo ano, que se vendem sempre não há qualquer razão para que tenham sazonalidade a não ser o aproveitamento descarado dos emigrantes e possivelmente de turistas.

 

Indecente, indecente que se obrigue os clientes habituais a pagar mais só porque têm mais clientes e mais adinheirados, já iriam faturar mais por terem mais clientela, mas como o sentido de oportunismo fala mais alto, aproveitam e vendem mais, a preços mais altos.

Donas Brancas no Facebook

Em diversos grupos de vendas e trocas da rede social Facebook têm aparecido ofertas de empréstimos de entidades não financeiras e de particulares.

Este tipo de oferta é uma fraude, não é legal, é uma burla, uma forma de enriquecimento ilícito à custa de pessoas que atravessam dificuldades e recorrem a estes créditos quando não os conseguem em entidades financeiras.

 

Em primeiro lugar é de estranhar que se divulgue um negócio ilegal online, mas eles são amplamente disseminados em sites de venda, nas redes sociais e pagam mesmo anúncios para aparecem nos primeiros resultados das pesquisas, com tanta divulgação é lamentável que não exista uma fiscalização e um maior controlo destas situações.

Em segundo lugar é espantosa a quantidade de pessoas que responde às propostas, se em outros locais não é possível verificar se os burlões estão ou não a ter sucesso, no Facebook pela quantidade de comentários é possível ter uma ideia do quão mal informadas e/ou desesperadas estão as pessoas.

 

A lei, e a prudência, avisam que um empréstimo entre particulares deve ser celebrado por meio de um contrato para que ambos os intervenientes vejam salvaguardados os seus interesses, não faltam também notícias e avisos que avisam dos problemas causados por empréstimos sem contrato, mas ainda há quem acredite que é boa ideia aceitar um empréstimo de uma “empresa” ou “pessoa” que anuncia o serviço no Facebook e que ainda específica:

“sem burocracias, liquidez imediata, sem recurso a crédito”

O facilitismo e a rapidez são as supostas vantagens destas ofertas, mas são apenas um ardil para incentivar o endividamento.

 

Agiota até pode parecer uma palavra bonita, lembra uma gaivota, mas nunca se esqueçam que as gaivotas que embelezam os céus das praias são as mesmas que espalham o lixo nas ruas, sujam carros e pessoas, são carnívoras e quando encontram um alvo não o largam, são assim tão bem os agiotas bem vestidos, bem-falantes, cheios de confiança e boas intenções, mas que só querem explorar as vossas fraquezas e quando encontram o vosso ponto fraco nunca mais vos largam.

 

O sucesso deste negócio ilícito só pode ser explicado pela ignorância e pela falta de atenção das pessoas, com tanta informação disponível uma simples pesquisa demoveria quem quer que fosse a recorrer a estas situações.

As pessoas que se sentem tentadas a recorrer a dinheiro fácil para satisfazer um pequeno luxo ou desejo não têm desculpa, estão a ser apenas irresponsáveis, as que se encontram com dificuldades financeiras e perante um aperto antes de se colocarem numa posição ainda mais frágil deveriam procurar ajuda, há empresas especializadas no assunto que ajudam a gerir as finanças, a negociar créditos, é tudo uma questão de procurar informação.

 

Infelizmente as pessoas não conseguem distinguir o que é correto do que não é, tal como não distinguem uma notícia falsa de uma verdadeira, antigamente o que diziam na televisão era lei, hoje, infelizmente, é o que dizem nas redes sociais e é por isso que se disseminam mentiras, calúnias a par de negócios ilegais e diversos esquemas que escapam ao controle das autoridades.

O que se passa nas redes sociais é o espelho da nossa sociedade, se na sociedade existe corrupção, mentira, falta de ética, esquemas financeiros, contrafação, as redes socais só vieram alargar a rede de contactos e potenciais clientes para os corruptos, burlões e ladrões, abrindo um sem fim de possibilidades com a proximidade ilusória de quem está ali sempre contactável, mas que no dia seguinte se esfuma sem deixar rastro.

 

É urgente que as autoridades fiscalizem páginas de negócios ilícitos e que se infiltrem nestes grupos, que são na maioria fechados, para que os autores dos crimes sejam punidos e impedidos de ludibriar as pessoas, é uma forma também de combater a economia paralela que como todos sabemos é um problema gravíssimo para a saúde financeira do país.