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Língua Afiada

Eletrodomésticos a pensar na chegada do bebé.

A lista de compras para a chegada do rebento não para de aumentar e se já temos mais ou menos definido o quarto e mais alguns detalhes para o receber, também temos uma lista para equipar a casa, tratam-se essencialmente de aparelhos que visam facilitar-nos a vida quando o tempo escasseará ainda mais e nossa rotina sofrerá uma mudança abrupta.

A compra de novos aparelhos, alguns de algum valor substancial pode parecer contraproducente quando existem tantas despesas, mas a verdade é que não há nada mais valioso que o nosso tempo e a nossa paciência por isso até ao nascimento tentarei adquirir:

 

- Robot de Cozinha

Para facilitar o planeamento das refeições e deixá-lo literalmente a cozinhar sozinho, é um descanso deixar a comida a ser confecionada sem alterações na temperatura, riscos de queimar, colar, empapar e saber que estará terminada exatamente em x minutos.

 

- Máquina de Secar Roupa

É um investimento que tenho adiado sucessivamente porque vamos sempre arranjando formas de secar a roupa, além disso ambos temos roupa suficiente para não desesperarmos por sol para a secar, mas com um bebé a situação é diferente e é diferente especialmente na questão de passar a ferro, toda a roupa de um recém-nascido deve ser passada a ferro, que é só a tarefa mais aborrecida de todos os tempos, o que é que evita passar a roupa a ferro? Secar a roupa na máquina. Para além de poupar no tempo, ainda poupo na eletricidade já que o ferro gasta mais energia que a máquina e poupo-me a mim de perder horas a passar a ferro.

 

- Aspirador Robot

Esta é uma aquisição que ainda estou a ponderar, mas a verdade é que dá imenso jeito ter um aparelho que se deixa sozinho pela casa e vai recolhendo o pó, as migalhas, os cabelos e os pelos que se vão acumulando pela casa. A comprar irei comprar um dos mais económicos, mas ainda estou a recolher informação se valerá ou não a pena o gasto.

 

- Arca congeladora

Este eletrodoméstico será essencial porque permitirá congelar refeições e alimentos frescos, neste momento escasseia o espaço de congelação lá em casa e por isso teremos de o aumentar forçosamente, ao congelar poupa-se tempo e dinheiro, primeiro dá imenso jeito ter doses de sopa, feijão, grão no congelador prontas a usar, segundo porque dessa forma consigo armazenar os legumes que dão em abundância em algumas altura do ano e que depois terminam obrigando-me a compra-los no supermercado.

 

Se tiverem alguma dica de aparelhos ou eletrodomésticos que nos possam facilitar a vida, as vossas sugestões são como sempre bem-vindas.

Começar 2018 a destralhar

Temos a casa do avesso, é o primeiro passo para finalmente se arrumar e dar destino a uma série de coisas que não usamos, que não têm utilidade, que estão estragadas, que não servem ou que simplesmente já não fazem sentido.

É um processo de desapego que dói um bocadinho, mas já me estava a mentalizar há uns dias que era inevitável e por isso apesar de me custar lá consegui desfazer-me de várias coisas.

Estamos a fazer uma pequena mudança que se tem tornado a maior intervenção que fizemos até hoje na organização da casa, transformar um espaço exclusivo à arrumação (desarrumação) num segundo escritório e a conclusão é que não é nada fácil.

 

Descobri que afinal sou uma fashion blogger, antes fosse porque se fosse tinha justificação para a quantidade de produtos relacionados com moda que tenho em casa.

Ele é sapatos, sandálias, botas, carteiras, sacos, malas, lenços, cachecóis, brincos, colares, pulseiras, anéis, ganchos, travessões, alfinetes, óculos, cintos, chapéus, gorros, luvas, um sem fim de acessórios que não tenho onde guardar convenientemente.

Produtos de higiene é para esquecer, já disse que não volto a comprar nem mais um enquanto não acabar com todos, todos até os que não gosto tanto que tenho lá em casa.

Vestuário já dei voltas e voltas e não há realmente mais nada que me possa desfazer, todas as mudanças de estação faço uma separação do que já não uso.

 

Colocada a tralha fora, ficou a tarefa de organizar o que ficou, adquirimos mais um roupeiro, mas esta a manifestar-se claramente insuficiente, então o desafio agora é encontrar móveis que se adequem às nossas (minhas) necessidades, o ideal seria um closet daqueles com divisórias para tudo e mais uns vinte pares de botas, mas para além de serem dispendiosos, não há espaço para um, por isso haja criatividade e paciência para encontrar formas para arrumar tudo.

As carteiras e as botas de cano alto são o meu maior problema, não é nada fácil mantê-las arrumadas e organizadas, mas com criatividade tudo se consegue, por isso nos próximos dias dedicar-me-ei a pesquisar dicas e formas de organização.

Neste momento entro na minha casa e não a reconheço, tem caixas e sacos na sala e no quarto de hóspedes e o novo escritório mais parece ter sido varrido por um furacão, a ideia era colocar tudo no local certo até ao próximo sábado, mas é uma ideia demasiado otimista, primeiro porque ainda estamos à espera de um móvel e segundo porque não há efetivamente tempo para arrumar tudo.

 

O maior problema destas mudanças? É que quando se começa a mudar dá vontade de mudar tudo e já começo a pensar em fazer mudanças nas outras divisões, a sala já vai ter uma alteração significativa, mas ainda não é suficiente, quero comprar uma estante nova e talvez um aparador para ter finalmente espaço para todos os meus livros e louças, no quarto preciso de um toucador urgentemente.

A grande vantagem destas mudanças é que por um lado percebemos que temos mais tralha do que é necessário e desfazer-nos dela é sempre bom, dá uma sensação de libertação e por outro lado encontramos outras coisas que nos dão imenso jeito mas que não usamos porque estavam escondidas, ontem foi quase comos se tivesse ido às compras dada a quantidade de coisas que percebi que tinha e que não estava a usar.

 

Não fiz resoluções para 2018 mas quer-me parecer que uma delas será sem dúvida destralhar, arrumar e redecorar, gosto de mudanças e há muito tempo que ansiava por esta mudança no ambiente lá de casa.

Curiosidade: como tratam os portugueses as empresas estrangeiras?

Tenho uma grande curiosidade de como os portugueses tratam as empresas estrangeiras e as pessoas que lá trabalham.

Sempre trabalhei em empresas portuguesas e sempre lidei com pessoas desde fornecedores, clientes, parceiros e consumidores.

 

Dos fornecedores não há muito a escrever, há-os bons e há-os maus é tudo uma questão de pesquisa, filtro e seleção, um processo que pode ser demorado e com alguns percalços, mas com alguns erros e ajustes conseguem-se encontrar boas empresas em praticamente todas as áreas.

 

Dos parceiros existe ainda menos a escrutinar, se são parceiros têm interesses em comum e mesmo quando existem pontos de vista distintos as situações resolvem-se pelo que é benéfico para ambas as partes.

Quando escrevemos sobre clientes, refiro-me a clientes como empresas e a consumidores como clientes finais o quadro muda de figura, e não é um retrato romântico.

 

Sou a primeira a acusar as empresas e os próprios portugueses de má gestão, a má gestão engloba muitas vertentes e pode ter vários significados, na minha opinião não significa automaticamente má qualidade do produto/serviço e ou falta de organização e muito menos vontade de ludibriar os clientes.

Da minha experiência a má gestão das empresas portuguesas assenta maioritariamente em três falhas: na falta de visão a longo prazo, na inexistência de planeamento e na má gestão de recursos, sejam humanos, sejam materiais, prever e traçar estratégias de crescimento, planear, gerir os recursos de forma a obter ganhos máximos são fatores críticos para o lucro que falham em muitas empresas.

 

A nossa maior vantagem competitiva é simultaneamente o nosso calcanhar de Aquiles - o desenrasque, às vezes é esse desenrasque que provoca o caos numa produção ou que atrasa os serviços planeados, “o alguma coisa se arranja”, o não saber dizer que não é muitas vezes mais prejudicial que benéfico.

É esta prontidão em ajudar, fazer, vender que complica o dia-a-dia das empresas, que mal geridas, têm normalmente elevados custos fixos e poucos recursos humanos para dar conta do trabalho, entram numa espécie de ciclo vicioso que faz com que não sejam competitivas.

 

Não obstante todos estes problemas de gestão e outros, não considero que as empresas portuguesas e as pessoas que lá trabalham sejam piores do que as outras, não entendo o escárnio e a facilidade com que clientes e consumidores se referem às empresas e marcas portuguesas, muito menos as comparações negativas em relação a concorrentes estrangeiros.

Em primeiro lugar assumem que todas as empresas são de vão de escada e que com um simples telefonema conseguem falar com o “patrão” e que com arranjinhos se podem fazer alterações à sua vontade.

 

Quando não conseguem o que querem atiram as típicas respostas do costume:

“Vê-se mesmo que é uma empresa portuguesa.”

“Assim vão longe, vão ficar sem clientes.”

 

Quando comparam com empresas ou produtos concorrentes estrangeiros as pérolas aumentam de nível.

“Não têm stock? Mando vir isso de Espanha e chega amanhã” ou “Encomendo da China e chega na próxima semana”.

“Não dão preços por telefone? Então não vos compro nada.”

“Não vendem a público? Então vou comprar uma marca estrangeira.”

 

A situação piora claramente quando acusam as empresas de querer enganar os clientes ou de não saberem fazer o seu trabalho.

“O senhor (a) não percebe nada disso.”

“Isso não pode ser assim, claramente está a tentar enganar-me.”

“Não colocaram essa informação no site, foi de propósito não foi?”

 

Este clima de desconfiança aliado à prepotência e arrogância de algumas pessoas é simplesmente impossível de tolerar.

O que gostava mesmo de saber é se os portugueses quando falam com empresas estrangeiras a operar em Portugal têm a mesma atitude, não estou a falar de reclamações, quando reclamamos de algo a própria situação tende a causar mais stress, estou a falar de um simples pedido de informações.

 

E palpites? Todos parecem ter palpites a dar sobre as empresas e os produtos, opiniões construtivas e cordiais são bem-vindas, mas opiniões arrogantes que quase sempre são acompanhadas de insultos à inteligência são completamente dispensáveis, até porque na maioria das vezes não fazem qualquer sentido.

E as pessoas que acham que percebem de todos os negócios? Como se as margens, as produções, as compras, a distribuição e vendas fossem iguais em todas as áreas de negócio.

Pior do que essas só os entendidos de serviço que acham que sabem mais do que as pessoas que trabalham diariamente na empresa.

 

Algumas situações são hilariantes, mas outras é preciso um autodomínio herculano para não só manter a educação, mas a cordialidade, pois ser mal-educados está fora de questão, mas uma resposta assertivamente fria e seca pode fazer milagres, mas claro que deverá ser sempre o último recurso, não que o cliente tenha sempre razão, mas porque queremos que ele perceba que esta errado e nada é mais gratificante do que terminar a conversa com o cliente a pedir-nos desculpa, é a prova que estamos a fazer bem o nosso trabalho.

 

Deve ser por isso que depois tenho pouca paciência para as restantes coisas da vida, esgoto-a com o trabalho.

Não conheço ninguém que lide com o público numa multinacional, mas gostava muito, mesmo muito de saber se os portugueses tratam assim as empresas estrangeiras, é uma curiosidade que me assiste.