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Língua Afiada

Putin que o pariu

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Mais uma prova, como se a história já não nos tivesse dado tantas, que os sistemas políticos radicais não trazem nada de bom ou de próspero a longo prazo, um ditador não é nada mais, nada menos, que um sociopata narcisista com devaneios de grandeza e ilusão de intocável, assim é Putin, um louco com muito poder e sem medo.

Sanções e mais sanções e abordagens diplomáticas, uma estratégia do Ocidente que é e será claramente ineficaz, pois Putin não conseguiria estar menos despreocupado com o seu povo, para ele o importante é demonstrar poder e alargar o seu poder.

Não pensem que ficará por aqui, se Putin não for travado a seguir à Ucrânia serão outros países, quem pode imaginar quão grande será a sua sede de poder? Ninguém, mas é com certeza grande, megalómana e imprevisível.

O mundo deverá dar uma resposta forte e consistente a Putin, não prevalecerás, custe o que custar, pois hoje é a Ucrânia amanhã seremos nós, é preciso deixar bem claro, sem qualquer sombra de dúvida que não é possível invadir um país soberano sem consequências.

Se uma ofensa militar será a solução? Talvez não, é movimentar o mundo num terreno minado e pantanoso, dado o armamento nuclear da Rússia, mas não fazer nada também não é opção.

Esperemos que Putin recue, não tenho muita esperança, e que esta guerra fique por aqui e que não se traduza na terceira guerra mundial.

Até lá resta-nos rezar, pedir, meditar, o que seja, ter presente os ucranianos no nosso pensamento, dando-lhe o máximo de energia positiva que conseguirmos e demonstra-nos o nosso descontentamento da melhor forma que conseguirmos.

Ucrânia estamos contigo!

Os 2700€ da polémica

A mais recente polémica é a situação hipotética que Miguel Sousa Tavares colocou ao Primeiro Ministro António Costa, MST procurou explicar que um jovem mesmo que ganhasse 2700€ num primeiro emprego ganharia na realiade apenas 1400€ e que se a esse valor retirasse o valor da renda, 1000€ para um apartamento em Lisboa, seria forçado a viver com 400€.

O que é que uma grande parte dos portugueses retiraram desta situação hipotética?

- Que MST é uma alienado que não faz ideia de quanto ganham os portugueses.

- Que ninguém ganha esse valor em ínicio de carreira e para muitos ainda bem que não ganham, porque mesmo sendo altamente qualificados não merecem.

- Que as rendas no resto do país não são tão altas como em Lisboa e que existe mais Portugal para além da capital.

 

Infelizmente ninguém percebeu que:

- Mesmo com um ordenado irreal de 2700€ é impossível uam pessoa viver sozinha em Lisboa e esta realidade começa a alargar-se a outras cidades.

- Que a carga de fiscal sobre os ordenados é absurda.

- Que os portugueses não ganham o suficiente para terem qualidade de vida.

Estas conclusões não em surpreendem, somos peritos a nivelar por baixo, talvez por termos o socialismo entranhado no nosso sistema mesmo sem nos apercebermos, um peso cultural que nos puxa para baixo, desdenhamos de quem tem, em vez que admirarmos as conquistas e procurarmos seguir os exemplos, é sempre melhor invejar, menosprezar, relativizar e encontrar motivos pouco dignos para justificar o sucesso dos outros.

Mentalidade pequena e míope, a mesma que acha que devemos retirar direitos aos funcionarios públicos, em vez de os estendermos a todos, sou a primeira a apontar as desigualdades, mas o caminho não é retorceder nas regalias de quem tem mais, mas sim alarga-las todos.

O MST Tavares até poderia ter dado um exemplo com um ordenado mais pequeno, o jovem continuaria a não conseguir viver sozinho, o exemplo de um ordenado desfasado da realidade foi precisamente para as pessoas perceberem que não é só uma questão de ordenados, é uma questão de impostos e de sistema.

António Costa fugiu à questão, refugiou-se no exemplo irreal e os portugueses seguiram o mote, em vez de perceberem a ironia.

António Costa ri-se de nós, em horário nobre e nós ainda concordamos com ele.

Surpresa! Portugal tem um problema de natalidade! Deixem-me rir

E porque é que só se preocupam com isso agora quando já receberam sucessivos avisos sobre esta problemática? Há décadas que andam a ser alertados.

Os diversos partidos políticos em vez de fazerem política porque é que não fazem alguma coisa de útil e se unem para realmente mudar este panorama?

Não são precisos estudos para perceber porque é que em Portugal não existem mais nascimentos, nem sequer é preciso pensar muito, basta ter dois dedos de testa e apesar de esta realidade ser avassaladoramente triste revela algo positivo, que os portugueses têm cada vez mais consciência do que é e o que custa ter um filho.

Não é preciso estudar medidas, é preciso implementa-las urgentemente.

-Alargamento da licença de paternidade, a ambos os pais, chega de discriminação, só assim as mulheres não sentirão que estarão sempre a optar pela carreira ou pelos filhos, primeiro mês dois progenitores, mãe até aos 7 meses, pai dos 7 meses aos 12 meses, redução de horário laboral de 2h para ambos até aos 2 anos de idade, não estou a exigir muito o ideal seria acompanhar a criança a tempo inteiro no mínimo até aos 2 anos.

- Redução do horário laboral para 7h a todos os empregos públicos e privados para garantir uma melhor conciliação entre vida profissional e familiar.

- Creches e infantários gratuitos com horários compatíveis com os horários laborais, não adianta o infantário ser gratuito se depois é necessário pagar prolongamento.

- Subsídio mensal, abono, de acordo com as despesas reais dos pais, os valores que usam para os cálculos são absurdos e estão completamente desalinhados com o custo de vida real.

- Reforma do sistema educativo, não estamos a formar máquinas estamos a formar pessoas, é imperativo acabar com os diplomas de mérito e com a corrida às explicações particulares que só causam desigualdades, estas devem ser substituídas por aulas de apoio a alunos que apresentem dificuldades.

- Incorporar no sistema de ensino mais atividades que estimulem competências sociais e criativas, desportos diversos, música, teatro, artes-plásticas, escrita criativa, experiências científicas.

- Sistema de ensino adequado às necessidades do aluno e não a atual forçosa adaptação do aluno ao sistema.

- Alterações no sistema laboral, fim dos estágios não remunerados e limitação dos estágios profissionais, há empresas que usam e abusam deste sistema para terem a custo reduzido mão-de-obra altamente qualificada que nunca é integrada nas empresas.

- Sistemas de incentivos às empresas que promovam melhores condições de trabalho, que tenham planos de carreira para os seus colaboradores e que promovam uma relação saudável entre trabalho e lazer.

- Incentivos fiscais relevantes para famílias com filhos, proporcionais ao número de filhos.

 

Existe ainda o problema dos salários em Portugal, mas aqui a questão é mais complexa, pois o simples aumento do salário mínimo agrava mais do que resolve, viu-se no último aumento que só serviu para retirar dinheiro às empresas para pagarem mais impostos, sendo o rendimento líquido impercetível, quando a medida gerou um aumento significativo do custo de vida.

Aqui é preciso traçar uma estratégia a longo prazo, temos de modificar o nosso tecido empresarial, não podemos ser um aglomerado de micro, pequenas e médias empresas que se limitam a produzir sem pouco valor acrescentarem, é necessário apostar em tecnologia e produtividade parar sermos competitivos e para conseguirmos crescer sem basear o crescimento numa política de baixos salários.

É preciso criar pontes entre o ensino e as empresas, é preciso dar formação aos patrões para uma visão orientada para a gestão.

É imperativo controlar e fiscalizar os investimentos dos fundos europeus e aloca-los ao que realmente importa e a projetos que acrescentam valor, investir em marcas e em marketing.

Como arranjar fundos para as medidas propostas? Acabem com a corrupção, com o compadrio e executem as dívidas a quem deve milhões e deixem de salvar empresas privadas que estão para além de salvação.

Talvez num país mais justo, menos corrupto e que valorize a família, as pessoas tenham mais vontade de ter filhos.