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Língua Afiada

Namorar o verbo que rima com Amar

 

Namorar, namorar, namorar

Não apenas hoje, todos os dias

Todos os momentos são de amar

A quem nos envolve em alegrias

 

Gosto do dia dos Namorados, porque gosto de namorar, não gosto da pressão social para que seja um dia perfeito, com surpresas, com fotos românticas, com jantares estupidamente caros com pratos normais com nomes alterados para vermelho, rosa, veludo, suspiro só para parecerem diferentes, mas gosto do significado do dia.

Para lá do consumismo, que tomou conta de todas as datas festivas, há a celebração e a recordação que é importante comemorar o Amor, é essencial a troca de palavras e promessas de Amor, que se façam belas declarações de Amor, que se abra o coração, não existe nada mais belo, perturbador e entusiasmante do que uma carta de Amor.

 

Namorar é um verbo para conjugar todos os dias, em todos os tempos, recordando o passado, vivendo o presente e planeando o futuro, mas hoje é dia de dar corpo ao verbo, materializando-o numa comemoração, não importa se é grande ou pequena, o que conta é a intenção.

É dia dos apaixonados, não importa se são namorados ou casados, afinal o casamento nada mais é do que assumir o namoro para toda a vida, é dia de dar expressão ao Amor sem receios, pois é o dia que vale tudo, apenas uma coisa justifica a loucura, o Amor, por isso amem loucamente, só assim o Amor faz sentido, louco, sem lógica, irracional e contraditório, intenso, doce e amargo, profundo e à flor da pele.

 

Esqueçam o convencional, o estabelecido, amem apenas, ofereçam o maior presente do mundo a alguém, o vosso coração, se for acompanhado de algo materializado que seja com significado e sempre acompanhado de uma declaração.

Declarem-se, pelas vossas palavras ou pelas palavras de outros, o importante é abrir o coração ao Amor e dar-lhe asas, deixa-lo voar e pousar no coração de quem amamos.

Amem muito, namorem muito, festejem o Amor sempre, mas hoje deem-lhe um toque especial, afinal é Dia dos Namorados.

 

Feliz São Valentim  

Dia dos namorados com ou sem filhos?

É uma dúvida que me assiste.

Não é que se vá pegar nos filhos e despeja-los nos avós (que também têm direito a festejar) ou contratar uma babysiter para tomar conta deles enquanto se festeja o dia, não é essa a questão.

A questão é se deve-se ou não separar as figuras, de mãe e de pai de namorado e namorada.

 

É claro que na nossa vida não é difícil dissociar-nos dos diversos papéis que desempenhamos, somos pessoas inteiras sem botões de ligar e desligar e todos os papéis que desempenhamos são influenciados uns pelos outros.

É sabido que para bem e o para o mal a relação do casal muda após o nascimento de um filho, se por um lado passa a existir um laço inquebrável e indissolúvel que os unirá para sempre, por outro passará a existir um amor maior, imensurável e inexplicável que ofusca tudo o resto.

Há casais que nas dedicatórias de amor incluem os filhos, trazendo para o dia dos namorados a prole, não dissociando o amor entre os pais do amor dos filhos, confesso que esta associação me faz confusão.

Se hoje é dia dos namorados, é o dia dele e dela, deles, do amor dos dois, ele e ela só são namorados do respetivo, não são namorados dos filhos, para essas manifestações de amor já existem o Dia do Pai e o dia da Mãe.

Hoje celebra-se o amor dos pais, desse amor surgiram os filhos, são uma consequência, mas o amor é anterior e merece, na minha opinião, ser celebrado em separado.

 

Muitas mulheres sonham com a maternidade, fazem desse ato um projeto de vida, eu sempre sonhei com um grande amor.

E a vida pode tirar-me tudo e negar-me tudo, mas esse grande amor já não é possível roubar-me, já foi concretizado e jamais poderá ser apagado, é real, existe e é palpável, independentemente do que possa acontecer no futuro já o vivi, já o senti, já o experienciei.

 

Deixar de ser o centro das atenções, das preocupações, é terrível, dizem que o sentem mais os homens, porque as mães se esquecem deles com a dedicação aos filhos, eu penso que sentirá mais quem valorizar mais a relação, podem sentir os dois ou nenhum, tudo dependerá da atitude e da forma como vivem a relação pós filhos.

Esta mudança na dinâmica nas relações sempre me assustou e intrigou, porque se por um lado existe o receio de passar para segundo plano existe a dúvida de como eu própria reagirei.

Talvez os exemplos que conheça me enviesem a visão e me levem a questionar, mas gosto de pensar que se um dia do meu amor nascer um filho, esse amor continue a existir e a valer só por si.

 

Afinal da família só há uma pessoa que escolhemos, aquela que nos acompanhará para o resto da vida, aquela com quem nos propomos a criar uma nova família, essa escolha é o princípio de tudo, não deveria por isso ser essa pessoa o centro de tudo?

Uma vez alguém me disse, os filhos não são nossos, são da vida, um dia seguem o seu rumo e nós ficamos sozinhos, e quem é que estará sempre ao nosso lado?

O marido. Por isso devemos sempre nutrir a relação, separa-la, dissocia-la da maternidade, antes de sermos mães, somos mulheres e amantes, quando os filhos saírem do ninho continuaremos a ser mulheres e amantes se o amor ainda persistir, se nos esquecermos dele com certeza que ele não estará à nossa espera.

 

Consciente desta visão que me parece ser a certa, vejo, incrédula, que a maioria dos casais não faz essa dissociação numa coisa tão básica como uma dedicatória numa rede social. Se são incapazes de o fazer num ato tão simples, como o poderão fazer diariamente em todas as rotinas da vida?

A relação amorosa é a relação amorosa, diferente, distinta da relação paternal que se tem com os filhos, se não fazem essa distinção no Dia dos Namorados quando é que a fazem?

Espera-se até que os filhos sejam autónomos para a celebrar?

Poderá ser tarde demais para celebrar.

Uma pausa para o amor

Paro por instantes, deixo a vida em suspenso

Recolho-me a ti, enrosco-me nos teus braços

Perco-me no mar profundo dos teus olhos

Embalo-me no compasso da tua respiração

Nada mais importa, o mundo fica lá fora

Apenas os dois, juntos, unidos, um só

Instantes preciosos com sabor a eternidade

O teu calor cheira a casa, a conforto, a segurança

Estamos em paz, no silêncio das palavras

Falamos no dialeto secreto das almas

Que só nos escutamos, só nos entendemos

Uma ligação ancestral, cósmica, energia pura

Eu sou tua, tu és meu, juntos somos paixão

Pausemos a vida todos os dias meu anjo

Pausemos tudo ao nosso redor para amar

Porque sem pausas para saborear o amor

A vida é apenas um enorme vazio sem cor.

 

 

Feliz dia meu Amor.

Não apenas hoje, mas todos os dias façamos pausas para o amor.