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Língua Afiada

Pedrógão Grande e a exploração da tragédia

Em primeiro lugar quero expressar a minha solidariedade e o meu pesar a todas as pessoas que perderam familiares, amigos, vizinhos, casas, animais, vidas que nunca mais serão as mesmas, serão sempre pautadas pela dor atroz da impotência de não conseguirem fazer nada perante o cenário dantesco.

Vi as imagens da tragédia com os olhos carregados de lágrimas, emocionei-me com as imagens, com os relatos, com o abraço do Presidente ao Secretário de Estado, com as declarações, com a onda de solidariedade e compadeci-me com a dor que não é apenas de Pedrógão Grande, mas de Portugal inteiro.

 

Mas não consigo deixar de me sentir indignada com a exploração da tragédia e a forma crua como alguns jornalistas relatam os acontecimentos.

 

Na TVI a Judite de Sousa achou bem escolher um cenário onde era visível um corpo, um corpo. As imagens da floresta queimada e os carros destruídos não eram suficientemente chocantes, decidiram filmar num local onde jazia um cadáver, a falta de sensibilidade, respeito e empatia é perturbadora.

A jornalista da SIC ontem descrevia que iam transladar os corpos num camião frigorífico, que aguardavam pelo veículo, descreveu todo o processo com uma frieza desconcertante.

Um amigo comentou comigo que um outro jornalista resolveu perguntar à Ministra se iria demitir-se como Jorge Coelho se demitiu após a tragédia de Entre-os-Rios, a Ministra Constança Urbano de Sousa está há horas no centro da tragédia, está visivelmente transtornada e, políticas à parte, tem demonstrado uma grande sensibilidade.

 

Hoje, há um grande contraste entre as capas dos principais jornais, o Correio da Manhã escolheu uma foto com corpos e coloca na capa testemunhos e histórias das vítimas, o Jornal de Notícias coloca uma foto similar e remete também para as histórias das vítimas.

Já os jornais Público e I escolheram capas que na sua simplicidade traduzem toda a dor que o país sente.

Pela capa se denota o caracter da publicação e a forma como tratam a dor.

 

No meio de uma tragédia sem precedentes em Portugal, um terror que devastou uma região e compadeceu o país inteiro é perturbador assistir ao que o jornalismo em Portugal se transformou, uma feira de vaidades, onde quem conta a tragédia maior, quem mostra imagens mais chocantes ganha mais audiências. Vale tudo pela guerra das audiências.

Será que vale? Não. Todas as pessoas com quem falei ontem e hoje estão chocadas obviamente com a tragédia, mas também com a forma como a comunicação social tem explorado a dor e com a sua insensibilidade e falta de empatia.

Não nos podemos esquecer que as vítimas têm família e amigos que não merecem ver o desplante do sensacionalismo invés de jornalismo e informação.

 

 

Não, não é oficial que Guterres é o novo secretário-geral das Nações Unidas

Ontem estava a ver as notícias e mesmo estando desatenta não conseguia perceber o título em rodapé que dizia – António Guterres é o novo secretário-geral das Nações Unidas, sabia que só hoje decorria a votação oficial por isso achava o título pretensioso.

Hoje votação formal e António Guterres foi indicado por aclamação sucessor de Ban Ki-moon como secretário-geral das Nações Unidas.

Os títulos da imprensa não se fizeram esperar e em todo lado se lê a palavra oficial.

Sei que é altamente improvável, reitero, altamente improvável que António Guterres não seja o próximo secretário-geral da ONU, mas existe essa possibilidade, ainda que remota, é que para o “processo estar concluído, falta apenas a votação decisiva da Assembleia-Geral da ONU, que, por norma, ratifica o nome recomendado pelo Conselho de Segurança daquele órgão.” Pode ler-se no Notícias ao Minuto.

Falta apenas uma votação, só que é uma votação decisiva.

“Porém, a decisão final não será tomada amanhã. Essa caberá aos 193 países da Assembleia-Geral da ONU, que terão nas mãos a ratificação do nome de Guterres para o cargo de Secretário-Geral. Historicamente, esta é outra formalidade, uma vez que, até hoje, todos os candidatos recomendados pelos 15 países do Conselho de Segurança foram aprovados pela Assembleia-Geral da ONU.” Observador.

Mais vez refiro é altamente improvável, mas António Guterres é português e os portugueses costumam morrer na praia, eu sei que este ano Portugal até foi Campeão Europeu, mas foi contra todas as expetativas e não sendo favorito.

E festejar antes do tempo sempre deu azar, já não se lembram dos franceses?

E não se lembram de Passos Coelho que tendo ganho, não ganhou nada?

Não quero agoirar, mas um bocadinho de prudência não faria mal, além disso é mau jornalismo dizer que é oficial quando não é.

WTF #2 - Alguém que interne o Pedro Arroja

 

Sinceramente não sei o que é pior o monte de barbaridades que este homem profere ou darem-lhe tempo de antena.

Ser contra a adotação por casais homossexuais é mau, mas as razões que ele apresenta são tão estúpidas, parvas e sem fundamento que só me apetece insulta-lo, mas não existem adjetivos suficientes no dicionário da língua portuguesa para defini-lo.

Diz que as mulheres são indecisas e que não sabem o que fazer sozinhas, que ficam desorientadas. Que não têm capacidade de seguir um caminho e de tomar decisões.

Só lhe digo uma coisa se me aparecesse à frente eu não hesitaria em espertar-lhe um par de estalos, enxovalha-lo e voltar a dar-lhe um par de estalos.

Atado é o senhor, mas das ideias.

Deixe Deus de parte das suas ideias homofóbicas e machistas e oriente-se que você é que anda perdido.

Preferia ser adotado por um casal de duas mulheres, pois, desconfio que queria dormir no meio delas e quando não estivessem em casa aproveitar para experimentar as roupas delas.

As mulheres das suas relações devem estar a vomitar com tanto nojo das suas palavras, senão o fazem é porque outros como você realmente lhe ataram as ideias para serem como as suas.

Fique-se pela economia que de sociologia, anatomia, genética e psicologia claramente não percebe nadinha.

Aqui está a prova que estudos não significam nada quando a base é preconceituosa, a mente é mentecapto, pobre em ideias e altamente condicionada, poderia ter escolhido abrir a mente mas escolheu ficar com as suas ideias tacanhas e medíocres.

Haverá alguém mas atado do que o senhor?

Não creio. Há pessoas que são atadas porque não têm alternativas, vivências, acesso à informação, você é do pior tipo de atados, é atado por opção.