Língua Afiada

Pensavam que não ia falar dos vestidos este ano? Estive quase para não me debruçar sobre o tema porque os vestidos a bem da verdade foram uma miséria e como este ano não falei dos filmes não ia falar deste lado mais fútil dos prémios mais importantes, dizem eles, do cinema, mas depois da passadeira vermelha da Vanity Fair achei que alguns vestiditos são dignos de menção.

Da Red Carpet dos Óscares só tenho a dizer que as veteranas é que sabem, não inventam e não se comprometem e ainda mostram que a idade não é um número, é um posto, deram verdadeiras lições de elegância, classe e estilo, uma verdadeira inspiração, já não precisam de dar nas vistas, só precisam de estar bem e foi precisamente o que fizeram estas senhoras.

Uma nota, passaram pela red carpet alguns vestidos bem interessantes, mas como as senhoras que os desfilaram não têm milhares/milhões de seguidores ficaram de fora das principais listas, mais uma discriminação a juntar às várias da cerimónia.

Geena Davis tem 64 anos! Como? Onde? Qual o segredo?

Jane Fonda a repetir um modelo e a estar novamente impecável.

A desgraça dos Óscares foi ligeiramente compensada com alguns modelitos bem interessantes na festita da Vanity Fair que parece ter cada vez mais importância que a red carpet da cerimónia, de notar que as modelos que não se viram nos Óscares contribuíram para que isso acontecesse e começo a pensar que as atrizes guardam os seus melhores vestidos para competirem com elas, é só uma teoria.

Começo com a nossa Sara Sampaio, que além de ser naturalmente linda estava um arraso num simples vestido preto, mais uma vez a mostrar quem é que percebe de passadeiras.

Não é que lhe fique especialmente bem e pedia um penteado mais cuidado, mas o vestido é sem sombra de dúvida diferente e daqueles que só se pode mesmo usar num evento destes.

Só mudava o penteado.

Demasiada informação? Talvez, mas acho que esta bem organizada.

Geena Davis mais uma vez só porque foi das melhores da noite.

Esta é uma das razões pelas quais não gosto de tatuagens, especialmente grandes e em locais muito visíveis, este vestido ficava muito melhor sem elas, aquele colar foi muito mal escolhido, e as pulseiras, credo! Mas o vestido é dos meus favoritos.

Gosto, acho super giro este vestido e a cor é linda.

A idade é um posto e ponto.

Alguém que me diga o que é que estas mulheres comem, bebem e respiram, por favor. Tenho a certeza que não é o mesmo que eu.

Já é um hábito escrutinar os vestidos da red carpet dos Gobos de Ouro SIC Caras, se este ano ia passar ao lado, a Sofia pediu e eu como gosto muito dela e de vestidos resolvi fazer o habitual post.

Já sabemos que a nossa red carpet não é Cannes, mas não deixa de ser uma red carpet e um bom momento para usar belos vestidos, daqueles que não podemos usar todos dias, nem sequer em casamentos porque não queremos ofuscar a noiva, mas mesmo assim todos os anos temos desilusões, com tanta oferta e figuras capazes de vestir qualquer trapo e brilhar é desilusão atrás de desilusão e este ano não foi exceção, mas também tivemos vestidos bonitos.

As que (quase nunca) acertam e voltaram a falhar

Há quem peque por levar tecido a menos, este vestido claramente tem tecido a mais.

Por falar em exagero, demasiados folhos.

Ele é demasiadas riscas, demasiados folhos, mas esta gente resolveu exagerar em tudo?

A Lucy até para o que nos habituou não está nada mal, mas duas rachas e um decote em V? Não havia necessidade nós já sabemos que ela está em forma, exagero!

As grandes desilusões da noite

Diana Chaves que nos habituou a looks tão bonitos e sofisticados resolveu usar um vestido tão descontraído que parece que vai não a uma gala, mas uma afther party na praia.

Raquel Prates que murro no estômago, é diferente, mas não consigo gostar.

Oceana não é que estejas mal, mas o vestido é assim um pouco para o tia, merecias algo mais espetacular, mas adoro o cabelo.

Os grandes e enormes fails

Sara Matos achou que o tema seria o mambo só assim se explicam aquelas mangas.

Não, não e não, não é um vestido bonito e o cabelo não ajuda.

OMG que laço é aquele? É mesmo para parecer uma nanny.

Demasiado viúva negra.

Mais do mesmo o que neste caso é mesmo muito aborrecido e com muito óleo.

Dânia este corte imperial não te favorece, dá-te os kg que a depularina te tirou.

Outra vez duas saias? Deve ser promessa.

Alguém que levou à letra a cor azul elétrico! My eyes, my eyes.

Um vestido tipo sereia só resulta se for cintado, assim parece só um caso de veludo com escamas.

Sarita demasiada informação, um fato de renta não é muito bonito, mesmo que tapes o rabiosque com meia saia.

E o pior da noite é este casal, pior do que isto é quase impossível.

Os vestidos que gostei

Não é um assombro, mas não é feio e fica-lhe bem, melhor do que inventar e dar tiros aos lado.

Este Elie Sab dá-me vontade de o levar dar uma voltinha, mas falta-lhe qualquer coisa para ser espetacular.

Não consegui ver a parte da frente do vestido, mas o padrão e as cores são giros.

Palavras para quê? Quem sabe, sabe.

Custódia Gallego a mostrar que não é preciso inventar muito.

Não está espetacular, mas ela é tão fofinha que fica bem em qualquer coisa.

Simples e eficaz, só subia um pouco o decote.

Carolina com essa silhueta podes vestir qualquer coisa.

Os queridinhos da noite

A Raquel como sempre impecável, gosto muito da cor e da simplicidade do vestido, cuja graça é dada apenas pelo tecido.

A Sofia não fez por menos e de branco arrasou, aquele acessório ao lado também ajuda.

Há a Cláudia Vieira e depois há o resto, tem sido assim e parece-me que continuará a ser.

A revelação da noite

Não é a Victoria Guerra, é mesmo a Mariana Pacheco que estava linda de morrer.

A actriz perdeu bastante peso e num vestido bastante simples com um corte intemporal para mim ganhou a noite.

Quando pensamos num vestido de princesa não pensamos num vestido simples, depurado, sem artifícios, flores, rendas, borcados, pérolas, folhos, sem tecidos ricos e faustosos o nosso imaginário leva-nos a algo mais elaborado, mas Megan quis marcar a diferença pela simplicidade, o seu vestido não poderia ser mais simples.

O simples vestido de Meghan foi adornado por um belíssimo véu carregado de simbolismo coroado por uma tiara que me tirou o fôlego, na verdade a tiara e o seu sorriso bastavam, não eram precisos mais adornos. Pessoalmente escolheria algo diferente, mas nela fez todo o sentido.

O casamento mais do que quebrar barreiras e de se afirmar como um evento inclusivo, carregado de intenções de demonstrar que apesar de casar com um príncipe Meghan tem uma personalidade própria, forte e vincada, foi uma celebração de amor, o casal está visivelmente apaixonado e é lindo quando isso se nota apesar de todo o aparato, protocolo, segurança e regras.

A cerimónia teve o seu momento alto ao som de Stand by Me, arrepiei-me, emocionei-me e fiquei feliz por aqueles dois estranhos cuja vida nem sequer acompanho, mas que no sábado passado acompanhei num dos momentos mais felizes e marcantes das suas vidas.

O segundo vestido do dia também ele simples, é simplesmente fantástico, de uma elegância ímpar, este usaria sem hesitar, o noivo que mudou para um smoking ficou igualmente elegante e foi com esse look mais atual que ambos arrancaram para a segunda festa com Harry ao volante numa cena digna de um filme romântico que nos arranca o mais profundo dos suspiros.

Espero que o casal seja imensamente feliz e que esta relação seja realmente uma história de conto de fadas, onde a gata borralheira faz par com o príncipe encantado, Meghan quebra todas as tradições de casamentos e no entanto parece ser exatamente o que a Casa Real necessita, um toque mais humano, próximo, real que aproxime a Coroa do Povo.

Há quem diga que este casamento é um risco, eu acho que é uma lufada de ar fresco, uma renovação de inspiração, do sonho, afinal de que serve ter príncipes se não podemos aspirar a ser princesas?