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Língua Afiada

Um ano de Sapo Blogs

Estou no Sapo Blogs há um ano, foi em Outubro de 2015 que decidi abandonar o blogspot e vir morar para esta casa onde fui muito bem recebida.

Tive a fase a enamoramento, tudo parecia ser perfeito e harmonioso, a casa, a vizinhança e os visitantes, essa fase depressa passou pois tal como no mundo real, no mundo dos blogs as coisas não são perfeitas.

Volvidos 12 meses, a minha opinião sobre a blogesfera mudou, é mais consciente, mais verdadeira e mais precisa, um ano não é muito tempo, mas é tempo suficiente para perceber os meandros, os bastidores, as tramas e muitas verdades que apesar de não aparecerem escritas são mais verdadeiras do que muitos textos perpetuados pela eternidade digital.

A blogosfera não é uma sociedade virtual perfeita é apenas um reflexo da sociedade em geral, encontramos de tudo, pessoas boas, amigas, desprendidas, saudáveis, normais e depois encontramos pessoas mentirosas, dissimuladas, invejosas, trapaceiras, oportunistas, más e insanas.

Tive os meus desentendimentos, há coisas que não consigo entender como são processadas, mas não tenho o direito de julgar, pois quem sou eu para julgar os outros, ninguém, continuo com a minha teoria, mas decidi não me pronunciar mais sobre o assunto, não seria justa, nem coerente. O espaço é de todos e cada um usa-o da forma que bem entender e quem gosta segue, quem não gosta passa ao blog seguinte, não é por falta de escolha que ficam sem blogs para ler.

Sinto-me privilegiada porque desde o primeiro momento fui muito bem acolhida, laços foram estreitados e hoje posso dizer que tenho blogfriends, pessoas que conheci aqui e que fazem parte da minha vida. Infelizmente por motivos externos ao blog não levei ainda esses laços para fora do virtual, mas não é o espaço e a forma como comunicamos que define as amizades, mas sim o que sentimos, por isso virtuais ou não, as amizades existem.

Recentemente ponderei fazer um intervalo, parar por uns tempos, deixar o blog de parte, quando um hobbie se torna um compromisso e nos toma tempo precioso, é preciso repensar prioridades. Passei a agendar mais posts, mas sou demasiado impulsiva a escrever para agendar com muita antecedência, o máximo que consigo é agendar para o dia seguinte, com algum custo tenho conseguido publicar todos os dias, mas a maioria dos textos fica muito aquém do desejado.

Escrever pode ser um vício e da mesma forma que evito pegar em alguns livros porque sei que não descansarei enquanto não os terminar, evito abrir uma folha em branco porque há dias em que os dedos iriam bater até transformar todos os pensamentos em letras, às vezes apenas para fazer delete no final.

Há outros dias em que nenhuma ideia boa surge, só temas banais, mas mesmo assim algo que não consigo entender me leva a publicar. Este vício está a tomar-me muito tempo, percebi isso quando contabilizei as horas que gastei a desenvolver um header que nunca mais está pronto e nunca estará realmente porque a ideia que tenho não pode sequer ser aplicada ao layout, não interessa faz-se outra coisa que nunca estará bem mas estará melhor do que agora.

Já aqui escrevi que escrevo para mim, ter alguém que me leia e me responda é um bónus, é como se escrever fosse a necessidade básica de me alimentar e as visitas fossem a sobremesa, não vivo para elas, mas são elas que me deliciam.

Talvez por isso sinta a obrigação de escrever todos os dias, talvez por isso também sinta que não deva escrever todos os dias só porque sim se não tenho nada a dizer, porque afinal este blog não é sobre mim, mas é sobre o que eu penso, e às vezes nem eu quero saber o que penso sobre determinado assunto.

Há projetos que nascem condenados à nascença, este é um deles, porque nunca terei a disponibilidade para levar isto a sério, nunca abdicarei de coisas obrigatórias para tornar este projeto real, porque a minha vaidade pessoal sobrepõe-se à minha vaidade virtual e porque o que me é pessoal é-me caro e não partilhável.

Um ano de textos quase diários, um ano de compromisso, um ano de evolução, um ano de crescimento, um ano de revelações, um ano de introspeções, seria suficiente para deixar este projeto por aqui, estou cansada do nome, do endereço, da imagem, mas este vício está entranhado e não vai desistir assim tão fácil.

Enquanto isso, este blog é só mais um projeto inacabado, um rascunho do que realmente deveria ser, mais uma coisa que começo e desleixo por falta de tempo, por falta de vontade, por falta de ânimo ou por falta de nada, só porque sou assim, quero fazer tudo, fazer tudo bem, em grande, não sei sonhar pequeno e depois como não sei conviver com coisas medianas, deixo de dar importância, é apenas mais um projeto inacabado que se arrasta conforme o meu humor, condenado ao dia em que acorde mal disposta e apague tudo.

Um ano de Sapo blogs e o balanço é positivo, não pelo blog em si, mas pelo que retirei dele, conhecimento de mim própria e acima de tudo pelas interações que o blog me deu, amizades, laços que transcendem as letras, que mesmo que isto acabe amanhã estarão comigo para sempre.

Um blog sem visitas é como um livro que nunca ninguém leu, um blog com interação é como um livro marcado por ter sido tantas vezes desfolhado, tantas vezes lido, com as folhas escurecidas que nos oferecem memórias de outras mentes que ali repousaram.

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