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Língua Afiada

Um plano para o plano

Quando acumulamos tarefas e projetos não é difícil perder-nos entre prioridades e listas, a organização é essencial, mas nem sempre é suficiente, quando o tempo escasseia e imprevistos se atropelam uns aos outros, as prioridades e os planos são rapidamente alterados e invertidos.

É nestas alturas que é necessário definir um plano para o plano, imaginem-se a delinear uma estratégia para uma caça ao tesouro cheia de armadilhas, pistas falsas, enigmas e piratas, só que neste caso temos respostas negativas, perspetivas furadas, incógnitas e concorrência.

 

O nosso maior problema é mesmo a rotina e as tarefas inadiáveis, como responder ao e-mail urgente e atender a chamada, chegamos ao final do dia exaustos com a sensação que não conseguimos ser produtivos, que o nosso projeto avançou zero pontinhos no mapa.

Para pensar, criar, desenvolver é preciso predisposição e tempo que constantemente nos roubam com situações tão corriqueiras que chegam a ser anedóticas, mas a que é preciso dar resposta.

No meio desta confusão de não prioridades as verdadeiras prioridades ficam para segundo plano e tentamos por várias vezes executar tarefas que nunca conseguimos levar ao fim para nosso desespero.

 

Têm sido assim os meus dias um acumulado de não prioridades que me impedem de concentrar no plano, sinto-me exausta e vencida pelo cansaço da infertilidade de ideias e da parca concentração.

Comigo é sempre assim quando mais preciso de estar no meu melhor é quando estou muito aquém das minhas capacidades, aconteceu-me o mesmo no fim da licenciatura, quando precisava de tempo e ideias para desenvolver projetos e trabalhos de grupo andava esgotada por um trabalho que me sugava a energia e a paciência, felizmente mudei de emprego a tempo de ter sagacidade para a monografia.

 

Neste momento o plano é descansar o mais possível para estar o mais focada e atenta nas horas de trabalho, o meu cérebro pelas 20h passa a estar a uns 30% e qualquer coisa que implique um processamento mais rápido é um esforço herculano.

Espero que estes tempos de sobrecarga não piorem e que consiga chegar a Setembro com sanidade mental, só aí conseguirei tirar as muito almejadas férias que tenho adiado sucessivamente há mais de um ano.

Sei que existem pessoas que nunca tiram férias e quando as tiram nem sequer as podem apelidar de férias, mas no meu caso as férias e as viagens são o combustível que armazeno para fazer face à rotina dos restantes dias do ano.

 

Por estes dias o plano terá de ser construído devagarinho, lentamente, nos intervalos lúcidos que consiga encontrar no meio da azáfama diária, até que consiga recuperar totalmente as energias e me sinta 100% focada e obstinada porque o sucesso decorre da teimosia da persistência e da luta incessante e incansável de concretizarmos os nossos objetivos.

Julho está a ser um mês cansativo, mas de boas notícias, este Verão pode não ser o mais quente de sempre, mas tem sido contrariamente ao que descrevo neste texto o mais aconchegante, um objetivo já está, agora é um dia de cada vez até conseguir atingir os próximos.

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